REPORT MENSAL

MARÇO - 2025

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“O fluxo de rotação global se acentuou após o anúncio de um pacote expressivo para investimentos em infraestrutura e defesa na Alemanha. A tendência de dólar forte global foi revertida, beneficiando assim os países emergentes. No Brasil, os indicadores de atividade seguem fortes e a inflação de serviços seguiu incomodando o Banco Central, que sinalizou que o ciclo de alta de juros segue firme.

O ambiente global segue incerto com o anúncio de tarifas e seus impactos na atividade e inflação no mundo. Estamos com risco reduzido acompanhando os próximos indicadores do Brasil e dos EUA.”

MACROECONOMIA

O cenário global passa por uma significativa transformação com a imposição agressiva de tarifas protecionistas pelos Estados Unidos. A administração atual optou por uma abordagem de barreiras comerciais mais severas, o que pode desencadear uma guerra tarifária com os principais parceiros econômicos do mundo desenvolvido. O aumento substancial da tributação sobre bens importados pelos EUA deverá resultar em uma contração do comércio global, com impacto direto na atividade econômica e no crescimento mundial.

A elevação das tarifas terá um efeito duplo sobre a economia americana. De um lado, haverá pressão altista por conta do aumento do preço de bens importados, especialmente bens de consumo. Grande impacto deverá ser sentido na parte de automóveis, que por um lado possui relevância na cesta de consumo dos americanos, e por outro se localiza numa região onde o atual mandatário conquistou grande parte dos votos. De outro, a incerteza gerada pela escalada protecionista tende a afetar as decisões de investimento, levando ao adiamento ou cancelamento de projetos. Diante desse cenário, a grande dúvida recai sobre o processo decisório do Federal Reserve, que poderá priorizar, em seu duplo mandato, o suporte à atividade econômica e ao emprego por meio da redução da taxa básica de juros.

As respostas das demais economias desenvolvidas ainda está em fase de desenvolvimento, mas as primeiras indicações apontam para medidas retaliatórias por parte da Europa e da China. Esse movimento tende a aprofundar a deterioração do ambiente de comércio internacional, com novos ciclos de imposição tarifária mútua.

Ainda na reação dos outros países desenvolvidos às medidas, espera-se uma reativação de instrumentos anticíclicos de política fiscal, tanto na Europa quanto na China, para mitigar os impactos negativos sobre o crescimento. Também deve ocorrer a utilização dos instrumentos monetários, com cortes de juros do PBOC e do ECB.

No Brasil, a imposição de tarifas americanas não trará impactos diretos significativos em um primeiro momento. Nossa balança comercial com os EUA é equilibrada, o país não é grande exportador de manufaturas e a tarifa recíproca estabelecida foi de 10%. Porém, a recessão global resultante da desaceleração do comércio mundial afetará o país indiretamente. A redução no fluxo de capitais e a queda no preço das commodities exportadas pelo Brasil afetarão a atividade econômica local. Nesse contexto, a trajetória projetada para o PIB será revisada para baixo, enquanto a inflação poderá apresentar um comportamento mais benigno, refletindo a queda nos preços das commodities, que deverá mais que contrabalançar o efeito de uma eventual depreciação cambial.

Diante desse cenário, o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá enxergar menor necessidade de ajustes altistas na taxa Selic. Caso a recessão global se intensifique, o ciclo de redução dos juros poderá ser iniciado ainda neste ano, a depender da extensão e profundidade do choque externo sobre a economia doméstica.

Em termos de política fiscal, o ambiente segue desafiador. A queda nos preços das commodities exportadas pressionará a arrecadação, reduzindo as receitas do governo. Ao mesmo tempo, o risco de desaceleração econômica e a proximidade de um ano eleitoral aumentam a probabilidade de expansão das despesas públicas, elevando o grau de incerteza fiscal no horizonte.

No campo político, as pesquisas continuam indicando fragilidade na popularidade do governo. A evolução do cenário macroeconômico, especialmente a combinação entre inflação e atividade econômica, será determinante para avaliar os impactos sobre a percepção da população e os desdobramentos políticos nos próximos meses.

CRÉDITO

O mês de março deu continuidade à tendência de melhora no sentimento em relação ao cenário macroeconômico, já observada em fevereiro. Esse ambiente mais favorável trouxe de volta a captação líquida positiva para a indústria de fundos de crédito, revertendo o movimento de resgates registrado entre novembro e fevereiro.

Esse fluxo foi concentrado, principalmente, nos fundos de maior liquidez — os chamados cash enhanced — e foi suficiente para estimular uma postura mais compradora no mercado secundário, pressionando os spreads de crédito marginalmente para baixo. O spread médio da classe High Grade recuou 3 bps, encerrando o mês em 2,01% sobre o CDI. Por outro lado, no segmento de Low Rated, observamos uma abertura de 3 bps, atingindo 3,38% sobre o CDI.

Esse movimento reflete uma rotação que vem ocorrendo desde o início do ano, com a migração de ativos de maior risco para emissores mais bem avaliados. Como consequência, os spreads de empresas com balanços menos robustos permanecem elevados, enquanto os de companhias mais resilientes vêm se comprimindo para níveis relativamente apertados.

Apesar de alguns desses ativos apresentarem baixo risco de crédito, começa a surgir o questionamento quanto ao aumento do risco de mercado, na medida em que os spreads deixem de compensar adequadamente o risco assumido.

Em nosso portfólio, mantemos um posicionamento mais conservador, com foco em papéis de empresas menos cíclicas e menos alavancadas. No entanto, estamos sendo ainda mais criteriosos – não apenas na seleção do risco de crédito, mas também nos níveis de spread, evitando o erro de reduzir o risco de crédito e, simultaneamente, elevar o risco de mercado ao ficarmos expostos a possíveis correções de preço.

No universo das debêntures incentivadas, apesar dos spreads continuarem comprimidos — encerrando março em 35 bps over NTN-B—, os níveis nominais desses ativos, impulsionados pela marcação das NTN-Bs, somados ao benefício da isenção fiscal, seguem atrativos para os investidores. Por isso, não identificamos, no curto prazo, gatilhos relevantes para uma correção mais intensa nesse mercado.

BOOKS

RENDA FIXA
  • Ao longo do mês, encurtamos nossa posição tomada em juros no Brasil. A inflação de serviços segue em um patamar muito elevado, principalmente em itens sensíveis ao mercado de trabalho. Os indicadores de atividade estão apontando um primeiro trimestre mais forte que o esperado.
MOEDAS
  • Seguimos mais táticos no dólar, com viés de compra como hedge da posição comprada em Ibovespa
RENDA FIXA INT
  • Iniciamos uma pequena posição vendida em juro curto na Europa para proteger a posição tomada em juros no Brasil
COMMODITIES
  • Estamos sem posição no momento.

BOLSA
  • Em março, a bolsa americana (S&P 500) caiu 5,75%, enquanto o Ibovespa fechou com uma forte alta de 6,08%. O fluxo de rotação global se acentuou após o anúncio de um pacote expressivo para investimentos em infraestrutura e defesa na Alemanha. A tendência de dólar forte global foi revertida, beneficiando assim os países emergentes.

    Estamos mantendo uma posição comprada via opções no Ibovespa e com posições táticas na bolsa americana.

CRÉDITO
  • Em março, aproveitamos o fluxo positivo para capturar fechamentos de spreads em alguns nomes específicos onde enxergamos distorções de preços, mas ainda priorizando um portfólio pautado em empresas mais resilientes e menos cíclicas. Além disso iniciamos um movimento de redução/zeragem de alguns papeis em que acreditamos que, apesar do bom crédito, tenham chegado a um patamar de spread que não traduzam o risco.
  • Os books de renda• fixa (local e internacional), moedas, commodities e bolsa contemplam os fundos multimercado, respeitando as limitações das resoluções 5.202 e 4.963 para os veículos enquadrados.
  • Os books de renda fixa (local e internacional) contemplam os fundos de renda fixa ativa, respeitando as limitações das resoluções 5.202 e 4.963 para os veículos enquadrados.
  • O book de crédito contempla o fundo de crédito high grade (debêntures não incentivadas) e o fundo de renda fixa isento (debêntures incentivadas).

RENTABILIDADE DO FUNDOS

  1. A rentabilidade de 12M é calculada utilizando a cota atual contra a última cota disponível no mesmo dia, N meses atrás. 2. O patrimônio líquido utilizado corresponde ao patrimônio do Master do respectivo fundo. 3. Em 07/12/2018 os fundos Modal Tactical e Modal Institucional mudaram de nome respectivamente para Novus Macro e Novus Institucional e foram para gestão da Novus Capital; em 26/11/2018 o fundo Modal Prev mudou de nome para Novus Prev e foi para gestão da Novus Capital. 4. A rentabilidade Início Novus é calculada utilizando a cota atual contra a cota disponível em 31/08/2018. 5. A rentabilidade Início Fundo, para o fundo Novus Renda Fixa, é calculada utilizando a cota atual contra a cota disponível em sua data de início – 30/04/2019, enquanto para o fundo Novus Renda Fixa Institucional, é calculada utilizando a cota atual contra a cota disponível em sua data de início – 17/09/2021, e para o Novus Renda Fixa Isento, é calculada utilizando a cota atual contra a cota disponível em sua data de início – 13/09/2024. 6. A rentabilidade Início Fundo, para o fundo Novus Prev Renda Fixa, é calculada utilizando a cota atual contra a cota disponível em sua data de início – 30/11/2020. 7. A rentabilidade Início Fundo, para  o fundo Novus Crédito, é calculada utilizando a cota atual contra a cota disponível em sua data de início – 15/09/2022. “A Novus Capital Gestora de Recursos Ltda. (“NOVUS”) não comercializa nem distribui quotas de fundos de investimento ou qualquer outro ativo financeiro. Este documento não constitui uma oferta de serviço pela NOVUS, tem caráter meramente informativo e é para uso exclusivo de seu destinatário, não devendo ser utilizado para quaisquer outros fins. As informações contidas neste documento são confidenciais e não devem ser divulgadas a terceiros sem o prévio e expresso consentimento da NOVUS. A NOVUS utiliza informações de fontes que acredita serem confiáveis, mas não se responsabiliza pela exatidão de quaisquer das informações assim obtidas e utilizadas neste documento, as quais não foram independentemente verificadas. Estas informações podem estar desatualizadas ou sujeitas a opiniões divergentes. Para avaliação da performance de quaisquer fundos de investimentos, é recomendável uma análise de período de, no mínimo, 12 (doze) meses. Determinados fundos referidos podem utilizar estratégias com derivativos como parte integrante de sua política de investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas, podendo inclusive acarretar perdas superiores ao capital aplicado e a consequente obrigação do cotista de aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo. Os resultados obtidos no passado não representam garantia de resultados futuros e não contam com garantia da NOVUS, de qualquer de suas afiliadas, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, do Fundo Garantidor de Créditos – FGC. Este documento não constitui uma opinião ou recomendação, legal ou de qualquer outra natureza, por parte da NOVUS, e não leva em consideração a situação particular de qualquer pessoa. A utilização das informações aqui contidas se dará exclusivamente por conta e risco de seu usuário. Antes de tomar qualquer decisão acerca de seus investimentos, a NOVUS recomenda ao interessado que consulte seu próprio consultor legal. Ao investidor é recomendada a leitura cuidadosa do regulamento do fundo e do prospecto, se houver, ao aplicar seus recursos. Investimentos implicam na exposição a riscos, inclusive na possibilidade de perda total do investimento.”